sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Acção em " Felizmente Há Luar! "

Estrutura Externa
Estrutura dual: «Peça em dois actos», a que correspondem momentos diferentes da evolução da diegese dramática.
No Acto I é feita a apresentação da situação , mostrando-se o modo maquiavélico como o poder funciona, não olhando a meios para atingir os seus objectivos, enquanto que o Acto II conduz o espectador ao campo do antipoder e da resistência.
Não apresenta qualquer divisão em cenas. Estas são sugeridas pela entrada e saída de personagens e pela luz.
Estrutura Interna
Não se trata de uma obra que respeite a forma clássica nem obedeça à regra das três unidades (de lugar, de tempo e de acção). No entanto o esquema clássico está implícito (exposição, conflito, desenlace).
A apresentação dos acontecimentos processa-se pela ordem natural e linear em que ocorrem, facilitando assim a sua compreensão.

Acção
A acção desenrola-se a partir da figura histórica do general Gomes Freire que foi acusado de conspirador e executado na prisão de São Julião da Barra. A figura do General está sempre presente, do princípio ao fim, embora nunca apareça.
Breve resumo da acção
Um grupo de populares manifesta o seu descontentamento, nas ruas de Lisboa, face à miséria em que vive.
Um Antigo Soldado, que se encontra junto do grupo, refere a figura do General Gomes Freire de Andrade como homem generoso e amigo do povo. Vicente, embora seja um elemento do povo, discorda das palavras daquele e tece comentários desfavoráveis acerca do general.
A chegada da polícia vem pôr termo a esta discussão, provocando a dispersão dos presentes.
Vicente é levado pelos dois polícias à presença de D. Miguel Forjaz, um dos três governadores do reino. Vicente, tornando-se traidor da sua classe, aceita desempenhar o papel de delator e denunciar os nomes daqueles que conspiram contra o reino.
Os governadores, D. Miguel, Principal Sousa e Beresford, tentam a todo o custo encontrar o nome de um responsável pela conspiração, responsabilidade que vai recair sobre Gomes Freire. (Fim do Primeiro Acto)
O general, juntamente com outros conspiradores, é executado na praça pública, em S. Julião da Barra.
A esposa do general, Matilde, e o seu grande amigo, Sousa Falcão, tentam por todos os meios ao seu alcance salvar Gomes Freire, pedindo ajuda a Beresford, aos populares, a D. Miguel e, por fim, a Principal Sousa, mas a morte de Gomes Freire de Andrade era um mal necessário às razões de Estado.