quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O ESPAÇO NA OBRA " FREI LUÍS DE SOUSA "

Espaço Físico

A primeira característica da estruturação do espaço em Frei Luís de Sousa é a concentração. Os espaços desta peça são em número reduzido, sendo que a mudança de acto implica a alteração de cenário.

-Primeiro acto
Decorre no palácio de Manuel de Sousa Coutinho, numa sala ampla e decorada de forma rica e luxuosa. Este espaço caracteriza-se pela luminosidade, pela abertura ao exterior (através das grandes janelas rasgadas), pelas sugestões cromáticas e pela liberdade de movimentos, o que espelha a felicidade daquela família. O retrato de Manuel de Sousa Coutinho que está nesta sala é um elemento simbólico: ao ser devorado pelas chamas que consomem o palácio, funciona como indício de desgraça.

-Segundo acto
Passa-se no palácio de D. João de Portugal, decorado num gosto melancólico e pesado. Aqui o retrato de Manuel de Sousa Coutinho é substituído pelos retratos de D. João de Portugal, de D. Sebastião e de Camões. O retrato de D. João funciona como anunciador de uma fatalidade iminente: Maria e D. Madalena fitam-no como que fascinadas e no final deste acto torna-se o meio de reconhecimento do Romeiro. No salão deste palácio, a vontade própria das personagens desvanece, a abertura dá lugar ao fechamento e as portas cobertas de reposteiros fazem o mundo exterior desaparecer.

-Terceiro acto
Desenrola-se na parte baixa do palácio de D. João de Portugal, cuja porta comunica com a capela da Senhora da Piedade. O espaço perde abertura e luz e ganha frieza e escuridão, tornando-se mais restrito e austero (é um casarão vasto sem ornato algum). Podemos concluir que o afunilamento gradual do espaço em Frei Luís de Sousa anda a par com o avolumar da tragédia.



Espaço Psicológico

As coordenadas do espaço psicológico da obra são delimitadas pelos sonhos proféticos e devaneios de Maria, assim como por diversos monólogos:
-o monólogo de D. Madalena, que reflecte sobre uns versos d Os Lusíadas, dando
conta das preocupações constantes em que vive (cena I, acto I);
-o monólogo de Manuel de Sousa Coutinho, quando decide incendiar o seu palácio (cena XI, acto I);
-as reflexões ponderadas de Frei Jorge, que parece antever a desgraça que se vai abater sobre a família de seu irmão (cena IX, acto II);
-o monólogo de Telmo, que revela verdadeiramente o seu conflito interior no final da peça (cena IV, acto III).

Espaço Social

Existem várias indicações que contribuem para a integração das personagens numa classe social elevada - a nobreza: D. Madalena tem o epíteto dona, que só se dava no século XVII às senhoras da aristocracia (D. Madalena de Vilhena, lembrai-vos de quem sois e de quem vindes, senhora); Manuel de Sousa Coutinho é cavaleiro de Malta, uma ordem religiosa unicamente para nobres; D. João de Portugal pertence à família de Vimiosos e Maria, a dona bela, tem sangue dos Vilhenas e dos Sousas.
O espaço social é também delimitado pela crítica que o autor dirige à opressão social causada pelo domínio filipino e ao preconceito que recai sobre a ilegitimidade (problema que afectou a própria filha de Garrett).

sábado, 7 de março de 2009

LINKS ÚTEIS

http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx
http://www.ciberduvidas.pt
http://www.infopedia.pt/pesquisa?qsFiltro=14

A Dimensão Simbólica das Personagens na Obra " Memorial do Convento "

D. João V

Rei de Portugal de 1706 a 1750, desempenha o papel de monarca de setecentos que quer deixar como marca do seu reinado uma obra grandiosa e magnificente - o Convento de Mafra. Este é construído sob o pretexto de que cumpre uma promessa feita ao clero, classe que "santifica" e justifica o seu poder.
É símbolo do monarca absoluto, vaidoso, megalómano, egocêntrico, e mantém com a rainha apenas uma relação de "cumprimento do dever" e, em alguns momentos, pretende ser um déspota esclarecido, à semelhança dos monarcas europeus da sua época (favorece, durante algum tempo, o projecto do padre Bartolomeu de Gusmão e contrata Domenico Scarlatti para ensinar música a sua filha, a infanta Maria Bárbara). Dado aos prazeres da carne e a destemperos vários (teve muitos bastardos e a sua amante favorita era a Madre Pauta do Convento de Odivelas). Sacrificou todos os homens válidos e a riqueza do país na construção do convento.

Maria Ana Josefa

De origem austríaca, a rainha, surge como uma pobre mulher cuja única missão é dar herdeiros ao rei para glória do reino e alegria de todos. É símbolo do papel da mulher da época: submissa, simples procriadora, objecto da vontade masculina.

Baltasar Sete-Sóis

Baltasar Mateus, de alcunha Sete-Sóis, deixa o exército depois de ter ficado maneta em combate contra os espanhóis, conhece Blimunda em Lisboa, e com ela partilha a vida e os sonhos. De ex-soldado passa a açougueiro em Lisboa e, posteriormente, integra a legião de operários das obras do convento. A sua tarefa máxima vai ser a construção da passarola, idealizada pelo padre Bartolomeu de Gusmão, passando a ser o garante da continuidade do projecto, quando o padre Bartolomeu desaparece em Espanha.
Baltasar acaba por se constituir como a personagem principal do romance, sendo quase "divinizado" pela construção da passarola: "maneta é Deus, e fez o universo. (...) Se Deus é maneta e fez o universo, este homem sem mão pode atar a vela e o arame que hão-de voar. " (p. 69) - diz o padre Bartolomeu a propósito do seu companheiro de sonhos. Após a morte do padre, Baltasar ocupa-se da passarola e, um dia, num descuido, desaparece com ela nos céus. Só é reencontrado, nove anos depois, em Lisboa, a ser queimado no último auto-de-fé realizado em Portugal.
O simbolismo desta personagem é evidente, a começar pelo seu nome: sete é um número mágico, aponta para uma totalidade (sete dias da criação do mundo, sete dias da semana, sete cores do arco-íris, sete pecados mortais, sete virtudes); o Sol é o símbolo da vida, da força, do poder do conhecimento, daí que a morte de Baltasar no fogo da Inquisição signifique, também, o regresso às trevas, a negação do progresso. Baltasar transcende, então, a imagem do povo oprimido e espezinhado, sendo o seu percurso marcado por uma aura de magia, presente na relação amorosa com Blimunda, na afinidade de "saberes" com o padre Bartolomeu e no trabalho de construção da passarola.
Baltasar é uma das personagens mais bem conseguidas de todo o romance porque descrever a ambição de um rei, as intrigas duns frades e a loucura de um cientista é relativamente fácil, mas escolher uma personagem do povo, maneta e vagabunda, que aparentemente não tem muito para dizer e convertê-la no fio condutor da narrativa e no protagonista duma das mais belas e sentidas histórias de amor, é algo que só conseguem autores como Cervantes, que de um criado como Sancho Pança criou um arquétipo e um digno "antagonista" de Dom Quixote.
Baltasar é um homem simples, elementar, fiel, terno e maneta, que confina a capacidade de surpresa com a resignação típica das pessoas humildes de coração e de condição. Aceita a vida que lhe foi dado viver e a mulher que o destino lhe ofereceu, sem assombro nem protestos; acata as suas circunstâncias e não tem medo nem do trabalho nem da morte. Não é um herói nem um anti-herói, é simplesmente um homem.

Blimunda de Jesus

Blimunda de Jesus é "baptizada" de Sete-Luas pelo padre Bartolomeu de Gusmão ("Tu és Sete-Sóis porque vês às claras, (...) Blimunda, que até aí só se chamava, como sua mãe, de Jesus, ficou sendo Sete-Luas, e bem baptizada estava, que o baptismo foi de padre, não alcunha de qualquer um" - pág. 94).
Conhece Baltasar quando assiste à partida de sua mãe, acusada de feitiçaria, para o degredo. Logo os dois se apaixonam, e este amor puro e verdadeiro foge às convenções, subvertendo a moral tradicional e entrando no domínio do maravilhoso - cf. primeira noite de amor (pp. 56-57).
Blimunda tem um dom: vê o interior das pessoas quando está em jejum, herdou da mãe um "outro saber" e integra-se no projecto da passarola, porque, para o engenho voar, era preciso "prender" vontades, coisa que só Blimunda, com o seu poder mágico, era capaz de fazer. Blimunda é, simultaneamente, uma personagem que releva o domínio do maravilhoso, pelo dom que tem de ver "o interior" das pessoas (poder que nunca exerce sobre Baltasar: "Nunca te olharei por dentro" - p. 57), porque amar alguém é aceitá-lo sem reservas. Blimunda encerra uma dimensão trágica na vivência da morte de Baltasar.
Simbolicamente, o nome da personagem acaba por funcionar como uma espécie de reverso do de Baltasar. Para além da presença do sete, Sol e Lua completam-se: são a luz e a sombra que compõem o dia - Baltasar e Blimunda são, pelo amor que os une, um só. A relação entre os dois é também subversiva, porque não existe casamento oficial e porque os dois têm os mesmos direitos, facto inverosímil em pleno século XVIII.
Como outras personagens femininas de Saramago, também Blimunda tem uma grande firmeza interior, uma forma de oferecer-se em silêncio e de aceitar a vida e os seus desígnios sem orgulho nem submissão, com a naturalidade de quem sabe onde está e para quê.
Glória Hervás Fernandez, in Uma leitura espanhola de Memorial do Convento de José Saramago, in revista Palavras, n.º 21, Primavera de 2002.
Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão
O padre Bartolomeu, personagem real da História, forma com Baltasar e Blimunda o núcleo mágico e trágico do romance. Vive com uma obsessão, construir a máquina de voar, o que o leva a encetar uma investigação científica na Holanda. Como cientista ignora os fanatismos religiosos da época e questiona todos os principias dogmáticos da Igreja. O seu sonho de voar e as suas inabaláveis certezas científicas revelam orgulho, "ambição de elevar-se um dia no ar, onde até agora só subiram Cristo, a Virgem e alguns santos eleitos" e tornam-no persona non grata para a Inquisição que o acusa de bruxaria, obrigando-o a fugir para Espanha e a deixar o seu sonho/projecto nas mãos de Baltasar.
A sua obsessão de voar domina-o de tal forma, que ele não se inibe de integrar no seu projecto um casal não abençoado pela Igreja e de aceitar e usufruir das capacidades heréticas de Blimunda, que farão a passarola voar. A passarola, símbolo da concretização do sonho de um visionário, funciona de uma forma antagónica ao longo da narrativa: é ela que une Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu, mas também é ela que vai acabar por separá-los.

Domenico Scarlatti

Artista estrangeiro contratado por D. João V para iniciar a infanta Maria Bárbara na arte musical. O poder curativo da sua música liberta Blimunda da sua estranha doença, permitindo-lhe cumprir a sua tarefa ("Durante uma semana (...) o músico foi tocar duas, três horas, até que Blimunda teve forças para levantar-se, sentava-se ao pé do Cravo, pálida ainda, rodeada de música como se mergulhasse num profundo mar, (...) Depois, a saúde voltou depressa" - pp. 191-2).
Scarlatti é cúmplice silencioso do projecto da passarola ("Saiu o músico a visitar o convento e viu Blimunda, disfarçou um, o outro disfarçou, que em Mafra não haveria morador que não estranhasse, e (...) fizesse logo seus juízos muito duvidosos" p. 231).
É, ainda, Scarlatti que dá a notícia a Baltasar e Blimunda da morte do padre Bartolomeu. A música do cravo de Scarlatti simboliza o ultrapassar, por parte do homem, de uma materialidade excessiva, e o atingir da plenitude da vida.
Bartolomeu de Gusmão, esse, aliado em diálogo excepcional com o músico Scarlatti, o único que pode de raiz compreender as suas congeminações aladas, representa a possibilidade de articulação entre a cultura e o humano, entre o saber e o sonho, entre o conhecimento e o desejo (...) São os caminhos da ficção os que mais justificadamente conduzem ao encontro da verdade.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

A Acção em " Felizmente Há Luar! "

Estrutura Externa
Estrutura dual: «Peça em dois actos», a que correspondem momentos diferentes da evolução da diegese dramática.
No Acto I é feita a apresentação da situação , mostrando-se o modo maquiavélico como o poder funciona, não olhando a meios para atingir os seus objectivos, enquanto que o Acto II conduz o espectador ao campo do antipoder e da resistência.
Não apresenta qualquer divisão em cenas. Estas são sugeridas pela entrada e saída de personagens e pela luz.
Estrutura Interna
Não se trata de uma obra que respeite a forma clássica nem obedeça à regra das três unidades (de lugar, de tempo e de acção). No entanto o esquema clássico está implícito (exposição, conflito, desenlace).
A apresentação dos acontecimentos processa-se pela ordem natural e linear em que ocorrem, facilitando assim a sua compreensão.

Acção
A acção desenrola-se a partir da figura histórica do general Gomes Freire que foi acusado de conspirador e executado na prisão de São Julião da Barra. A figura do General está sempre presente, do princípio ao fim, embora nunca apareça.
Breve resumo da acção
Um grupo de populares manifesta o seu descontentamento, nas ruas de Lisboa, face à miséria em que vive.
Um Antigo Soldado, que se encontra junto do grupo, refere a figura do General Gomes Freire de Andrade como homem generoso e amigo do povo. Vicente, embora seja um elemento do povo, discorda das palavras daquele e tece comentários desfavoráveis acerca do general.
A chegada da polícia vem pôr termo a esta discussão, provocando a dispersão dos presentes.
Vicente é levado pelos dois polícias à presença de D. Miguel Forjaz, um dos três governadores do reino. Vicente, tornando-se traidor da sua classe, aceita desempenhar o papel de delator e denunciar os nomes daqueles que conspiram contra o reino.
Os governadores, D. Miguel, Principal Sousa e Beresford, tentam a todo o custo encontrar o nome de um responsável pela conspiração, responsabilidade que vai recair sobre Gomes Freire. (Fim do Primeiro Acto)
O general, juntamente com outros conspiradores, é executado na praça pública, em S. Julião da Barra.
A esposa do general, Matilde, e o seu grande amigo, Sousa Falcão, tentam por todos os meios ao seu alcance salvar Gomes Freire, pedindo ajuda a Beresford, aos populares, a D. Miguel e, por fim, a Principal Sousa, mas a morte de Gomes Freire de Andrade era um mal necessário às razões de Estado.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

conto

As Duas Amigas Verdadeiras


Era uma vez uma menina chamada Susana que andava sempre sozinha.
A pobre menina ia para a escola sozinha. Melhor dizendo, ninguém gostava dela porque ela se vestia mal. E todos gozavam com ela.
Num certo dia, ao ir para a escola, a Susana olha para o outro lado da rua e simplesmente vê uma menina muito triste.
Olhou para a direita e para a esquerda da estrada e passou a rua.
Susana sentou-se no banco à beira da menina e perguntou-lhe com um ar sério:
- Como te chamas?
- Eu chamo-me Carolina. E tu? -perguntou-lhe logo a seguir.
- Susana. Porque é que estás assim com essa cara? – disse ela, quase chorando.
- Eu tou assim porque ninguém gosta de mim, porque eu sou preta. - respondeu, com uma lágrima a sair do olho.
- Não fiques assim: se tu quiseres, podemos ser amigas. – disse-lhe Susana com um ar feliz.
- Fixe, podemos ser as melhores amigas. - respondeu Carolina muito feliz.
Contudo, a Susana de tão contente, até se esqueceu da aula. Quando ela se lembrou que já estava atrasada para a escola, toda aflita, perguntou à nova amiga:
- Tu não tens escola?
- Não.
- Os teus pais não te colocaram numa escola? – perguntou Susana.
- Sim, mas, como todos me gozavam, eles tiraram-me da escola.
- Então, porque é que no vens para a minha escola? – propôs-lhe Susana com um ar feliz.
- Não sei… só falando com eles….
- Está bem. Eu vou ter que ir embora para a escola. Aparece logo à tarde, às 18:30 horas, no mesmo sítio. Adeus.
Cada uma foi para o seu lado.
Os pais da Carolina acharam uma boa ideia a sugestão da Susana: as duas todos os dias iam para a escola e andavam sempre juntas para todo o lado.
Susana e Carolina ficaram amigas para sempre.



Joana Pereira, 7ºE

Visita à Exponor



No passado dia 28 de Novembro do presente ano, a nossa turma realizou uma visita de estudo a Matosinhos, mais precisamente à Exponor, para ver uma exposição sobre “Vida Natura”.
Esta viagem realizou-se no âmbito da disciplina de OTET (Operações Técnicas e Empresas Turísticas), para complementar o tema abordado no módulo 9, denominado “Animação em Turismo”.
Para complementar a parte teórica estudada ao longo das aulas, nada melhor que uma viagem a uma exposição para nos apercebermos da quantidade de actividades desportivas, de aventura, radicais e recreativas que existem para oferecer à população em geral, nomeadamente aos jovens que normalmente procuram estas actividades para se libertarem da rotina do dia-a-dia e desenvolverem o seu espírito critico e criativo.
Saímos de Resende em direcção a Matosinhos às 9h da manhã, e o entusiasmo era visível nos rostos de todos os participantes. Durante a viagem houve momentos para pôr a conversa em dia, ouvir música e tirar fotos para mais tarde recordar.
Chegámos às 10:30h e a curiosidade aumentou, pois estávamos prestes a entrar na Exponor, onde não sabíamos o que iríamos encontrar. A exposição estava dividida em quatro pavilhões. No primeiro encontramos uma variada selecção de motos, diferentes tipos de bicicleta e alguma indumentária para praticar os vários desportos existentes. O segundo pavilhão estava reservado com os diferentes equipamentos para a prática de desportos radicais e aventura. Este pavilhão foi o mais requisitado pelos alunos, pois o interesse pela prática destes desportos era enorme, e a possibilidade de os praticar naquele momento fez com que a oportunidade não fosse desperdiçada. Este pavilhão continha também alguns instrumentos de ginásio e roupa para o uso diário.
O terceiro e o quarto pavilhões eram essencialmente constituídos por autocaravanas e casas rurais movíveis. Ficámos fascinados com o conforto e com o tamanho que algumas autocaravanas dispunham.
Próximo da Exponor situa-se um dos mais conceituados e importantes locais de trocas comerciais, tanto nacional como internacional, o porto de Leixões.
Durante o visionamento da exposição foi nos dada a possibilidade de criar laços de amizade com alunos de uma escola situada no Marco de Canaveses, que nos permitiu trocar experiências de vida e falar sobre o curso que ambas escolas leccionam.
Depois de visitar mos todos os pavilhões da Exponor e termos almoçado, saímos de Matosinhos às 15h e chegámos a Resende às 17h.
Esta viagem, apesar de desgastante, foi muito útil, visto que os nossos conhecimentos sobre a “Animação em Turismo” cresceram, obtivemos uma experiência prática e os objectivos definidos no início forma atingidos, superando as nossas expectativas.




Joel, Sérgio e Telmo, 12ºB

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Plural de "pai natal" é "pais natais"

" A variação da língua é constante e nota-se, sobretudo, a nível lexical. A expressão pai natal, por exemplo, é nova na língua e nova na manifestação cultural que exige a sua flexão; poderá, talvez por isso, estar a sofrer uma alteração que não é ainda, parece-me, sancionada pela norma.
A palavra natal é, simultaneamente, adje(c)tivo e substantivo, ou nome. Como adje(c)tivo, utiliza-se em expressões como terra natal, atribuindo ao substantivo a cara(c)terística de ser o local onde determinado nascimento ocorreu; como substantivo, utiliza-se para designar o dia do nascimento de alguém, sendo nome próprio quando se refere ao nascimento de Cristo.
Embora com significado diferente do que tem em terra natal, a palavra natal, que integra a expressão pai natal, é um adje(c)tivo, pois dois substantivos não podem ocorrer seguidos, a menos que estejam ligados por hífen ou preposição ou então que o segundo seja aposto do primeiro, o que, habitualmente, se assinala por meio de vírgulas. No primeiro caso inserem-se os exemplos que a consulente apresenta. Navio-escola e decreto-lei são palavras compostas, correspondendo cada uma delas a uma realidade. A expressão pai natal, por seu lado, embora designe uma só realidade, não é (ou não tem sido considerada como se fosse) uma palavra só, mas, sim, uma expressão lexical, constituindo um grupo de palavras, inseparáveis no sentido que veiculam.
Está, evidentemente, nas mãos dos falantes alterar esta situação, pois é o uso, concertado e insistente, que acaba por ditar a norma e não o contrário. Mas nem sempre o uso pontual de uma determinada construção se torna tão consistente, que altere a norma. No caso em análise, pai natal, por enquanto, não é uma palavra composta; é, sim, uma expressão constituída por um nome e um adje(c)tivo e sujeita a plural nas duas palavras (pais natais), dado que os adje(c)tivos concordam em gé[ê]nero e número com os substantivos que qualificam.
Se vier a tornar-se uma palavra composta, então passará, muito provavelmente, a ser grafada com hífen, como fazemos com navio-escola e, nessa altura, poderá até justificar-se que o plural seja pais-natal. Mas não é, no presente, o caso. E só se agradece aos jornalistas que não insistam no erro..."
Edite Prada :: 06/01/2004